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domingo, janeiro 15, 2006 

"Isto só me acontece a mim"

  A vida está cheia de motivos para sorrirmos. Se não vejamos. A 1ª Companhia já acabou. Os D´Arrasar parecem, por enquanto, ter abrandado o ritmo da sua carreira musical. Somos um dos países com maior taxa de exportação de cortiça. Todavia, temos igualmente muitas razões para chorar desalmadamente. Os D´ZRT ainda podem vaguear livremente pelas ruas sem serem presos. Caso liguemos a TV pela manhã, corremos o risco de sermos submetidos à tortura de ver a Fátima Lopes a falar, com lágrimas de emoção sentida e genuína a escorrerem pela face, de casos de leucemia, acidentes de viação, homicídios, violações e outras desgraças. Contudo estes são problemas públicos, algo comum a todos nós, impessoal, generalizado. No entanto existem no decorrer das nossas vidas pequenos dramas íntimos que mantemos secretos, ora por vergonha, ora por pensarmos que aquilo apenas nos acontece a nós. São verdadeiros flagelos que embora muitas vezes se mantenham assunto tabú nas conversas, atormenta a pouco e pouco o nosso dia-a-dia.
  Resolvemos então trazer para a luz do dia alguns destes dramas, dissecá-los e exorcizá-los através do documento "C´oa breca, isto só me acontece a mim":

- Estar em pleno duche, coberto(a) de uma camada de gel duche/óleo corporal/sabão quando subitamente se sente água que parece importada directamente do topo da Serra da Estrela a escorrer pelo corpo. É o mítico fim da água quente na altura errada. A face do indivíduo distorce-se então devido à dor incomportável e solta-se um uivo lancinante. É visível então um dos cenários mais depriments do nosso quotidiano. O indivíduo circula pela casa semi-nú, unicamente com uma toalha a ocultar as partes mais sensíveis, ainda todo ensaboado, deixando um rasto de espuma por onde passa. Dirige-se então para o esquentador/caldeira, mesmo não percebendo nada de canalização, na esperança de que, num milagre divino, ao rodar uma torneira qualquer, volte a jorrar a desejada água fervente. Mas na grande maioria das vezes isso não acontece, e a pessoa regressa desolada para o duche, onde se submete à macabra tortura que é um banho frio, cujo carácter masoquista é apenas comparável ao visionamento de dois episódios seguidos de uma novela da TVI.

- Onde está a roupa interior? Imagine um dia em que depois de um banho relaxante no balneário, ao dirigir-se ao seu saco para se vestir, não encontra a roupa interior lavada. Se há alturas da nossa vida nas quais temos de tomar decisões vitais e preponderantes, esta é uma delas. Por um lado podemos ir à caçador para casa sem nada por de baixo das calças. Por outro, temos a hipótese de vestir aqueles boxers imundos e com enormes manchas húmidas, fruto da acumulação do suor. Qualquer uma destas situações é embaraçosa e facilmente identificável, pois estes indivíduos demoram mais tempo a secar-se com a toalha, esfregando-a repetidamente por todas as partes do corpo e tentando desviar os colegas para fora do balneário a fim de não verem a sua triste figura.

- Tampo da sanita extremamente frio. É um flagelo particularmente frequente no Inverno. Nesta época, aquele altar da evacuação fisiológica torna-se um verdadeiro cubo de gelo. Gera-se então um ritual de aproximação cauteloso. O indivíduo fita a sanita desconfiadamente, qual leão fita a presa, enquanto caminha na sua direcção. À medida que se senta as feições da face endurecem e os olhos semicerram-se pela consciência da dor cruel que em breve irá sentir. É possível escolher então entre um de dois métodos. Se for um principiante na matéria, ainda pouco calejado na arte de bem colocar o seu traseiro na sanita, aconselhamos que coloque uma nádega de cada vez no dito dispositivo. Assim, embora a choque térmico dure mais tempo, será menos brusco e mais suave (mas mesmo assim doloroso). Contudo, caso considere que possui uma resistência sobrehumana, e seja mesmo capaz de ouvir mais de 2 minutos de músicas dos Anjos sem vomitar, poderá tentar sentar a duas nádegas simultaneamente. A dor neste processo passa mais rapidamente, mas é sem dúvida mais aguda e intensa enquanto dura. É um método aconselhado a alguém mais vivido e mais habituado a estas lides.
  Para quem o simples pensamento de se aproximar de uma sanita no Inverno é suficiente para causar terror e pânico, chegando mesmo a preferir evacuar num qualquer canteiro ou moita da área de residência, trazemos uma palavra de alento e esperança. Parece existir já uma solução aceitável, que se trata da utilização de tampos de madeira, igualmente confortáveis, e menos susceptíveis a variações térmicas. Deixamos aqui um forte bem haja ao inventor desta tecnologia.

- Dejectos animais espremidos pela sola do sapato. Este é provavelmente um dos cenários mais humilhantes e certamente um dos mais mal cheirosos. Por diversas vezes já assistimos a pessoas que ao percorrerem inocentemente um passeio atingem uma mina colocada previamente por animais fracamente educados pelos donos. Nalgumas situações o indivíduo até se dá conta de que está prestes a pisar o dito acumulado formado por um suculento esterco de cão, tentando então em milésimas de segundo desviar o pé a todo o custo. Nestas milésimas de segundo o pobre coitado agonia-se, contrai-se, grunhe, gesticula, tenta num acto de bravura desviar-se do infame e indesejado dejecto, mas o seu destino já está traçado. Um segundo depois é o horror de todos e lá está o mole monte acastanhado completamente esmagado e com uma marca do calçado do desgraçado, qual pegada do O’neill na Lua! Mas este nem é o cenário mais grave, pois o visado apercebe-se do incidente. Dirige-se então ao tufo de relva mais próximo onde freneticamente fricciona a zona contaminada. Contudo, nos piores casos, o indivíduo nem se apercebe e o deslize é apenas detectado quando se forma um enorme rasto de pegadas deixadas pelo caminho e alguém se lembra de fazer a pergunta dos 10 Milhões de euros: “Quem é que calcou m#$*?”. Caso o desgraçado esteja em maré de azar, o cheiro é apenas notado quando o indivíduo entra num recinto fechado onde todos começam a fungar e a questionar-se da razão do odor, sendo por fim o pobre coitado, qual mártir da higiene pedonal, prontamente banido e exilado do recinto.

- Ser atingido por excrementos de pombo. Na melhor das hipóteses, sente-se o peso morno do esterco da ave e temos a hipótese de tentar disfarçar de qualquer forma. Mas usualmente não se nota nada até sermos interpelados por alguém que a alto e bom som grita "Eh diacho, um pombo satisfez as suas necessidades fisiológicas em cima de ti!" e reparamos no amontoado de porcaria. Definitivamente humilhante. De qualquer maneira, ser vítima desta situação deixa qualquer um frustrado e a questionar que desígnio divino terá feito com que o maldito pombo (que esperamos que seja abatido por uma pressão de ar num futuro próximo) aliviasse a tripa no exacto instante em que passávamos por debaixo dele. Por que não um metro antes, porque não um metro depois. É que ainda a nódoa entranha-se de tal forma na roupa que não ha Skip sabão natural nem Blanka Oxiaction que lhe calha. Quanto mais se limpa, mais ela borrata e aumenta de dimensões tornando-se passado pouco tempo o nosso vestuário num autêntico cartaz que anuncia a quem passa "um pombo aliviou-se aqui". É triste e deprimente sentir que um ser abaixo de nós na cadeia alimentar nos humilha desta forma, mas acontece.

- Via pública congestionada. Algo que pode levar o mais santo dos santos a desejar uma caçadeira de canos cerrados. Ora quantas vezes já não aconteceu estarmos inocentemente a pensar na nossa vida enquanto nos dirigimos para um certo sítio quando de repente temos que fazer uma paragem quase brusca, ao depararmo-nos com algúem que deslocando-se a uma velocidade estupidamente lenta, nos quebra o ritmo de movimento . Se por vezes é possível contornar a situação afantando-nos alguns metros para o lado, noutras tal é fisicamente impossível. O papel de anti-herói destas histórias é usualmente protagonizado por velhinhas de andarilho, idosos de bengala ou grupos de pessoas que fazem da via pública a própria casa. Nalguns cenários tais como escadas, passeios estreitos, corredores atrofiados ou portas, o simples acto de ultrapassagem pela direita torna-se uma tarefa que só os mais aptos e experientes conseguem realizar. Para os outros, resta-lhes a espera interminável, sempre acompanhada de rezas para que um raio fulmine o vil destruidor da boa fluência da via pública. Como é possivel que estas pessoas que bloqueiam a passagem a indivíduos que conseguem andar ao ritmo de mais de 1 passo por segundo, não se apercebam disto? Imaginem o que seria estar num corredor de 2km à espera que um grupo do Lar da Santa Casa da Misericórdia o atravessasse. Certamente as palavras tédio absoluto e rancor condensado lhe vieram à cabeça. Mesmo Tony Ramos deixaria que lhe rapassem a sua pilosidade exuberante em troca de uma via por onde passar.

  Falar destes pequenos dramas e medos realmente deseperta muitas recordações...errr..quer dizer....recordações de histórias que nos contaram! Quem nos falou disto foi.....um amigo...dum vizinho.....dum primo....dum amigo. Sim foi isso. Nunca estivemos em situações destas...Nunca!

Cumprimentos daqueles que nunca pisaram esterco de cão,
Lordmaster & Freemantle

Está simplesmente brutal!!!
Brutalmente grande mas tambem com uma qualidade enorme. Muito bom mesmo, mas claro que a camarada Tyksa tera de vir tecer algumas criticas, construtivas, porem nao deixam de ser criticas.

É isso.. É esse o espirito meus senhor.. Continuem assim!!

Muito bom msm! Apesar de esperar que voces contassem realmente alguma historia vossa bizarra relativa a este tema xD! Até sabia melhor ao ler acreditem! Pensem nisso para a próxima! :P behave [ ]'s

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Tyksa odiamos os teus comentários, só de olhar pra dimensão dessa pseudo-crítica já estou cansado...
Por favor, peço, por favor, critica mas não massacres, vêm-me logo umas recordações d uma professora q eu cá tenho... :\

O post está DIVINO, meus senhores estão de parabéns + 1 vez conseguiram elevar o nível do blog, com um dos melhores senão o melhor post d smp dd que isto foi criado.

Até mereciam um nestlé de leite
Espero anciosamente pelo próximo

Abraços pra redacçao

"Take your time, look around"

Ok pesou.m na consciencia, qero pedir dsclp à nossa Crítica-mor por ter colocado um comentário excessivamente agressivo, nao fez parte das minhas intençoes ser tao indelicado :$

Extraordinariamente extraordinario! Nao ha palavras pra descrever a qualidade da vossa capacidade de escrita eloquente! Tenho a dizer que de facto sou um dos que foram dotados do poder de se sentarem com ambas as nadegas no trono da evacuacao!


Sem mais,

Este post é um dos melhores, senão o melhor, dos posts ja postados neste blog( eh la isto está aqui qualquer coisa mal, mas continuando). Ainda agora faz quase dois ou três dias que eu e o Free estavamos num daqueles corredores estreitos bem conhecidos pela escola frequentada por nós e bem à nossa frente estavam não 2, não 3, mas sim 4, e sublinho 4, elementos do sexo feminino a andar num passo que fazia lembrar uma procissão em que toda a gente parece ficar no mesmo sítio, fazendo assim com que a progressão do elemento anterior seja muito difícil, deixando qualquer pessoa com uma vontade imensa de dizer umas valentes asneiras da boca para fora, e não contentes esses elementos do sexo feminino que progrediam à nossa frente abrandaram ainda mais o seu passo , fazendo assim com que atingissem uma velocidade inferior à de um caracol.
A parte da aproximação e aterragem no dito assento da sanita, ou do bidé já foi, isso sim, motivo de bastantes calafrios nas mais terríveis condições atmosféricas.
Neste post esqueceram-se apenas de uma coisa, o jacto de água quente que emana por vezes do chuveiro e que provoca vários tipos de queimaduras, eventualmente perigosas se o elemento banhante for do sexo masculino e estiver de barriga em direcção ao chuveiro, e mesmo com a água fria acontece , por vezes a mesma situação, desta feita não provocando queimaduras graves, mas sim, repetidas sensações de dor no sujeito banhante.

P.S- Como não quero que este comentário fique do tamanho dos comentários da pessoa que não confia em mim para guardar um simples relatório despeço-me assim,


GoldShot

Gostaria de vos dedicar uma música (que acho irritante, mas que se adequa ao caso), pelo vosso penúltimo parágrafo: "No, no no no! No, no no no, Don't Lie! Don't Lie!"
De resto, devo confessar que não li tudo ao pormenor (até porque não estou com muito tempo e acabei agora mesmo de acordar), mas acho que estiveram muito bem.

(só um aparte: Freemantle, preciso de falar contigo)

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