quinta-feira, novembro 03, 2005 

Que cheiro é este?

São muitas as características próprias de um macho latino que o bom português exibe com orgulho e ostentação. O forte aroma a cavalo libertado das axilas, o palito que sai do canto da boca, a pilosidade exuberante, a cruz de Jesus ao peito. Mas há algo que os homens tentam disfarçar a todo o custo. É algo sinistro, um monstro que surge lentamente no seio das zonas íntimas do homem e que cresce até proporções inimagináveis. Não, não estamos a falar da micose no escroto. Embora a micose também se trate de um flagelo grave, o gesto de coçar a dita zona adquiriu já o estatuto de "acto viril", sendo inclusivamente apreciado pela comunidade feminina(facto comprovado por estudos científicos). O assunto do nosso post é aquela entidade mítica que dá pelo nome de "chulé". Qualquer um de nós já viveu uma situação na qual, chegados a casa após uma jornada de árduo trabalho, nos sentamos no sofá e atiramos o calçado para um canto (e esperamos que a patroa nos traga os chinelos). Enquanto descontraímos, parece-nos subitamente que a nossa sala se transforma subitamente numa fábrica de queijo da serra. Não é um panorama agradável. Se estivermos sozinhos, abrimos a janela e tentamos esquecer o assunto. Mas a verdadeira humilhaçao ocorre quando este fenómeno se dá na presença de outras pessoas. O aroma espalha-se rapidamente pelo ar e dá lugar aos habituais comentárisop jocosos "Está aqui alguma coisa podre?" ou "Morreu aqui alguém?". Sorrimos então disfarçadamente e argumentamos "Não é dos meus pés!" enquanto os tentamos esconder a ver se disfarçamos o cheiro a leite azedo. Deprimente.
Conscientes da gravidade da situação, a qual atormenta os nossos leitores quase tanto como a crise do sector têxtil no Minho, pesquisámos por uma solução. Não foi fácil, mas finalmente encontrámos um método antigo mas ainda pouco divulgado. Primeiro têm que ter presente um facto, o cheiro provém dos pés e não do calçado, por isso quando numa tentativa de eliminar o cheiro se arruma o calçado para o lado, apenas conseguem aliviar o cheiro. O demónio continua lá nos vossos pés a aumentar cada vez mais o seu poder. Agora conscientes deste facto já podem receber o precioso conhecimento que por tanto pesquisámos. Este envolve a utilização de um recipiente (onde caibam os pés) no qual se coloca uma quantidade decente de água (à temperatura ambiente é suficiente, mas aquecida é mais eficaz). De seguida, despeja-se uma porção generosa de detergente (convém não usar lixívia, pode queimar). Por fim, mergulha-se os pés no recipiente e utilizando as mãos ou preferencialmente uma lixa esfrega-se energicamente de forma a remover as crostas de sujidade e fungos acumulados. Um pouco de água de rosas ajuda a melhorar os resultados da limpeza.
Seguindo à risca os passos acima descritos conseguirão pelo menos temporariamente atenuar o fedor que usualmente é libertado dos nossos pés. Experimentem.
Cumprimentos destes paladinos da higiene pedonal,
LordMaster & Freemantle